Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecida uma criação de Joana Craveiro
Teatro do Vestido uma referência do Teatro Contemporâneo Português
Nesta digressão de 2024 de Um museu vivo, acompanhamos de perto as comemorações do 50º aniversário do 25 de Abril, tal como o fizemos há 10 anos atrás. Observamos, analisamos, dissecamos, refletimos. A memória não está fechada. A sua natureza é a de uma construção permanente. O significado de um dado acontecimento históricos torna-se, por isso, campo de batalha das subjectividades várias, ideologias e interpretações que se jogam nas diferentes tentativas de inscrever no espaço público uma versão ‘definitiva’ sobre um determinado acontecimento. 50 anos é uma fracção de segundo na história do planeta e, na história de um país, é também um tempo reduzido. Mas permite-nos, a esta distância e com alguns dos agentes e sujeitos dessa história ainda vivos, perceber como foram vividos esses tempos que ainda hoje nos formam e condicionam no nosso presente e nos permitem construir futuros.
Este espectáculo é sobre isso. Tal como a memória não é estática, também este trabalho vive desta relação próxima com a forma como a inscrição da História no espaço público, os usos públicos da memória e as políticas da memória vão evoluindo e nos vão fazendo evoluir na nossa apreensão e interpretação dos acontecimentos que o espetáculo aborda. Este é um museu vivo e como entidade viva que é, abre-se a novos materiais, novas histórias e a novos olhares poéticos que nos permitam construir presentes e passados com base nos passados que aqui se contam.
Joana Craveiro